segunda-feira, 21 de julho de 2014

De Rochedo para La Rochelle, .... e Bélgica

Prezada M. H.,
Falei prá Isabel que enviaria meu comentário relativo à apresentação sobre a Bélgica, de tão grata lembrança para vocês. Assisti-la toca a emoção, a sensibilidade e o olfato. Sente-se um cheiro de história, cultura e civilização.
Estamos voltando de Mato Grosso do Sul. Estivemos em Rochedo. Fui mostrar para as meninas o lugar onde nasci e dei os primeiros passos escolares. Na outra vez que fomos lá, sem elas, que estavam em fase de projeto, Isabel fotografou a escola e depois interpretou-a em uma aquarela. Colocou em nosso quarto, ao lado de gravuras de La Rochelle (perto de Bordeaux), onde estive trabalhando. Há algum tempo Isabel riu quando, olhando para as gravuras, falei: "Olha que trajetória, .... de Rochedo para La Rochelle!".

No dia 6 de junho de 1994, fui de La Rochelle para Paris em um trem de alta velocidade. Cheguei a tempo de ver as celebrações dos 50 anos da invasão da Normandia. 
Vale a pena recordar a estrofe do poema Chanson d'automne, de Paul Verlaine, que foi usada como senha, dirigida especialmente para os membros da Resistência francesa, para o desencadeamento da operação Overlord, tão bem retratada no filme O mais longo dos dias:
"Les sanglots longs des violons de l’automne blessent mon coeur d’une langueur monotone."
__________________
"Os soluços longos dos violinos 
do outono 
ferem meu coração 
com um  langor
monótono." 

E daí? Fiquei um pouco triste de ver em Rochedo minha antiga escola, de 1934, abandonada e sendo corroída pelo tempo e pela indigência de cidadania. Vi também a casa de papai caindo aos pedaços. Agora, ela pertence à Prefeitura local. 
Meu irmão gostaria de ganhar na loteria para recomprar a edificação e demoli-la completamente, apagando do cenário os indícios de pertinaz trabalho comercial (o velho empreendeu pequeno comércio de secos e molhados, tecidos, posto de gasolina e farmácia); e contribuição pública (o velho semianalfabeto foi, sucessivamente, tabelião, presidente de partido e juiz de paz --- claro, em um lugar modesto e limitado). 
Eu gostaria de ganhar na loteria para recomprá-la, ampliar e implantar um museu e uma biblioteca.
Enfim, de Rochedo para La Rochelle, e agora passando obrigatoriamente pela Bélgica! Vale a pena ampliar as noções fundamentais de contribuinte, eleitor e cidadão.
Com nosso carinho,

A.

quinta-feira, 10 de julho de 2014

A grande oportunidade

A seleção brasileira de futebol foi fragorosamente derrotada pela seleção alemã na semifinal da Copa do Mundo de 2014 no Brasil. Conquanto uma mancha inapagável tenha sido incluída na história épica do futebol brasileiro, a seleção continuará nos corações e mentes de quem gosta desse esporte planetário.
O governo não foi derrotado, mas a economia se posiciona entre as últimas seja na América Latina, seja no âmbito dos emergentes de todas as regiões. A educação acumula os piores desempenho entre os países mais organizados. A política externa se caracteriza por inegável pequenez: apoia-se regimes ditatoriais; financia-se regimes em estado de desintegração; ajoelha-se diante da intransigência de países tradicionalmente dependentes de outros países inclusive o nosso; e não se define uma estratégia que resulte em ação valorizadora de nossas possibilidades. No trato da coisa pública, os desmandos são enormes, metaforizados pelo encarceramento dos próceres da atual governante. As obras prometidas para a sociedade como corolário da organização da Copa do Mundo não foram concluídas. Em suma, o governo tem imposto aos brasileiros o que se pode considerar uma contundente derrota histórica.
Nesse cenário esportivo e político, é forçoso admitir que a seleção e o governo disputaram a Copa Mundial da Incompetência e ambos chegaram à final. A improvisação, a má gestão, a corrupção, os desmandos de toda ordem e, enfim, a incompetência foram objeto de pertinaz disputa. O resultado final foi empate. Então, ambos foram declarados vencedores.
Nada pode ser tão ruim que não possa piorar. A seleção e o governo estão no limiar do enxovalhamento, da desonra e da humilhação, tal é a incompetência que os acomete. O limite do horrendo levado ao paroxismo está nas perspectivas de ambos.
E é aí que reside a esperança. O caos é uma oportunidade de mudança, de transformação, de revolução. É o que o Brasil precisa no esporte e na política. Para quem aspira o humanismo, a democracia e a prevalência da decência, da justiça e da ética, os ventos de outubro são a grande oportunidade requerida. Que venham as eleições!

terça-feira, 8 de julho de 2014

Zuniga and Neymar - Message to New York Times

Mr. Borden (or Mr. Burden?)

Concerning the article For Bellicose Brazil, Payback Carries Heavy Price: Loss of Neymar
(NYTimes, July 5th, 2014), in which you state that Brazilians players played violently so they started the sort of things that led Zuniga hit Neymar, I submit to you the following coments.
How many colombians players were injured in the soccer match Brazil and Colombia?

The fouls perpetrated by colombians and brazilians players should have the yellow card since the beginning of the match and if necessary the red card as well.
So the guilty should be atributed only to the referee not to the brazilian players.

If a monkey watched the video of Zuniga hitting Neymar in the back, 'he' would think it's an UFC fight.

It's hard to understand the ways and the values Mr. Burden uses to report subjects concerning soccer.

Best regards