terça-feira, 17 de abril de 2018

Avaliação da Resiliência de Alunos - PISA


Anotações e lembretes


1.     Objetivos
“Você (Niels Bohr) acredita em um Deus que joga dados, 
e eu em lei e ordem universais.”
(Albert Einstein, em carta a Niels Bohr)
1.1.  Estabelecer um ponto de partida (anotações e lembretes) para a elaboração de artigo(s) sobre o tema, com a organização, coerência e citação das fontes, convenientemente estruturadas (o que estas notas não atendem);
1.2.  Apontar fundamentos históricos do resultado do PISA, relativo à China, notadamente, por estar à frente de Rússia, Estados Unidos e Brasil;
1.3.  Relatar aspectos da Finlândia, Polônia, Israel e Coreia do Sul, países que, em 60 anos, atingiram a condição de desenvolvidos e que apresentam boa classificação na avaliação do PISA.
1.4.  Compreender melhor as razões do fracasso da Educação brasileira, levantando possíveis razões objetivas para a transformação do sistema educacional;
1.5.  Levantar a bibliografia requerida e disponível, em inglês e francês — cumpre enfatizar que há livros que, após a aquisição, foram traduzidos para o português.


2.     Amostra da avaliação da Resiliência de Alunos, segundo o PISA
“Do querer ser ao crer que já se é, vai a distância 
entre o trágico e o cômico, o passo entre o sublime e o ridículo”
(Ortega y Gasset, em Meditaciones del Quijote)
Resultado da resiliência de alunos segundo o PISA – a maior avaliação internacional de educação (feita pela OCDE). A Tabela 1 apresenta os países com grandes territórios e/ou grandes populações, aí incluídos 4 países latino-americanos.
Tabela 1. Amostra de países, sendo alguns com grandes territórios e/ou grandes populações
Classif
Países
Classif
Países
........
6º.
7º.
9º.
17º.
18º.
22º.
27º.

........
Canadá
Finlândia
Coreia do Sul
Polônia
Austrália
China
Rússia


31º.
39º.
48º.
58º.
59º.
62º.
66º.
..........

Estados Unidos
Israel
Argentina
México
Colômbia
Brasil
Indonésia
..........


Várias questões podem ser levantadas quando se analisa os países integrantes dessa amostra. Há enorme relevância no fato de a China estar à frente da Rússia, Estados Unidos e Brasil. Esta é a razão pela qual a análise do sucesso chinês é um dos aspectos prevalentes neste texto. Conquanto o impacto na presente análise não seja relevante, não pode ser ignorado que os dados da China se referem apenas aos alunos da províncias de Pequim, Shangai, Jangsu e Guangdong, o que no Brasil equivaleria a considerar apenas os dados dos Estados de São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. A irrelevância mencionada decorre do fato de que o desempenho dos alunos desses quatros estados brasileiros são expressivamente melhores do que, por exemplo, dos alunos de Pernambuco, Ceará, Piauí e Maranhão, mas não contribuiria de forma significativa para melhorar a classificação no âmbito do universo dos países considerados pelo PISA. Isso não impede que, em uma etapa posterior, a questão ora abordada seja analisada com profundidade.
Em face da notável evolução alicerçada na prioridade conferida à Educação, é razoável buscar os fundamentos do êxito da Finlândia, Coreia do Sul e Polônia. Em face do progresso científico-tecnológico e industrial, Israel é incluído, a despeito da controversa posicionamento na avaliação da resiliência. A classificação do Brasil como um dos últimos dentre os 71 países avaliados — que tem se repetido em todas as participações brasileiras — também assume prevalência nesta proposta de estudo. Ademais, é forçoso ressaltar que o Brasil é o quarto dentre quatro maiores países da América Latina.

3.     Resultado completo da avaliação da Resiliência de Alunos, segundo o PISA
“Não deve vacilar então, e sim lançar-se sempre para o futuro pelas abertas de sua época.” 
(Marechal Humberto de Alencar Castelo Branco)
O Programa Internacional de Avaliação de Alunos (em inglês: Programme for International Student Assessment - PISA) é uma rede mundial de avaliação de desempenho escolar, realizado pela primeira vez em 2000 e repetido a cada três anos — a última foi realizada em 2015 e a próxima será realizada no corrente ano de 2018. O Programa é coordenado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), com vista a melhorar as políticas e resultados educacionais. 
A Resiliência de Alunos aponta a quantidade de estudantes que estão entre os 25% mais pobres do seu país e conseguiram ter notas acima do minimamente suficiente no PISA. A Tabela 2 mostra o resultado completo da avaliação da Resiliência de Alunos, elaborada pelo PISA em 2018, com base nas avaliações de desempenho escolar de alunos realizadas em 2015. 


Tabela 2. Resultado da avaliação da Resiliência de Alunos


4.     Ciência & Tecnologia, Educação e campo Militar na China
“A pesquisa, desenvolvimento, fabricação e avaliação autônomos
de material de emprego militar condicionam as aspirações
estratégicas e políticas de um país” 
(CCCM)
4.1.  Causas que historicamente influenciaram a China na área de Ciência & Tecnologia (C&T), Educação e campo Militar

4.1.1.   Maciça formação de cientistas e educadores em Universidades ocidentais, no Reino Unido, na França, na Alemanha e, especialmente, nos Estados Unidos, a partir da década de 1930 (Tabela 3).
4.1.2.   Acordo militar, econômico, científico-tecnológico e educacional com a URSS, em 1949.
4.1.3.   Estabelecimento da Educação e C&T como prioridades estratégicas, desde a década de 1949 (sendo razoável asseverar que essas prioridades começaram a ser ensaiadas nas décadas de 1920 e 1930, com a maciça remessa de alunos para fazer mestrado e doutorado na Europa e Estados Unidos).
4.1.4.   Rompimento de parte do acordo com a URSS em 1959, em visita do Premier Nikita Khruschev a Pequim.
4.1.5.   Implementação de projeto secreto na área nuclear, paralelo ao projeto em cooperação com os soviéticos — o rompimento do acordo em 1959 teve o impacto reduzido expressivamente, pois tudo que era realizado no âmbito da parceria, era repetido prioritária e secretamente e de forma potencializada.
4.1.6.   Arrasto nos campos da Educação, C&T e Militar, pela prioridade adotada para o programa nuclear — vale recordar que os Estados Unidos venceram o Japão com o lançamento de dois artefatos atômicos nas proximidades chinesas.
4.1.7.   Adoção de 8 prioridades estratégicas voltadas para C&T, Educação e campo Militar em 1959 (eletrônica, materiais, jato propulsão, ...), em consequência da atitude soviética. Aí se encontra a instrumentalização necessária para a bomba atômica de fissão (plutônio ou urânio), bomba atômica de fusão (isótopos do hidrogênio), mísseis intercontinentais, projeto espacial chineses .... .
4.1.8.   Gestão reformadora de Deng Xiao Ping com ênfase para os campos econômico e político no final da década de 1970 e década de 1980 (cuja ação mais destacada foi a implantação do socialismo de mercado, com consequências mundiais e amparada pela condição atingida em Educação, C&T e campo Militar).
4.1.9.   Adoção, possivelmente, na década de 1980, de cursos de doutorado para cidadãos do Partido Comunista com talento para a gestão político-administrativa (Xi Jiping é doutor em Engenharia Química e em Ciência Política).
4.1.10.Instituição, possivelmente na passagem do milênio, na China de uma réplica da Ivy League, uma agremiação criada em 1954, que reúne oito das universidades mais prestigiadas dos Estados Unidos (Brown, Columbia, Cornell, Dartmouth, Harvard, Princeton, Pensilvania e Yale).

4.2.  Outros aspectos de extrema relevância para a evolução atual da China
4.2.1.   História e tradição milenares — com a invenção da pólvora, da bússola e da imprensa, alguns séculos antes dos europeus; e
4.2.2.   Maior potência naval do século XV.

4.3.  Baseado nas fontes de consulta com análise dos aspectos históricos chineses bem como naquelas que indiretamente permitem fundamentar juízos críticos, pode-se afirmar com alta probabilidade de acerto:
4.3.1.   as causas mencionadas foram essenciais para a evolução da C&T, Educação e campo Militar chineses;
4.3.2.   os White Paperse outros documentos políticos e estratégicos chineses, tornados públicos, não correspondem  integralmente ao que ocorre na prática — a rigor, dificilmente, eles dariam conhecimento para a URSS (e depois para a Rússia), bem como para o Ocidente, especialmente para os Estados Unidos, de seus reais planejamentos e implementações de objetivos estratégicos;
4.3.3.   essa observação sobre os 
4.3.4.   foi mencionada implicitamente por Stillman, Diretor de Inteligência do Projeto Nuclear dos Estados Unidos (PhD em Engenharia Nuclear), em livro publicado em parceria com um antigo Secretário da USAF; e que, após a queda do Muro de Berlim, visitou as instalações nucleares russas e chinesas que jamais tinham sido visitadas por qualquer cidadão ocidental — segundo essas autoridades, o objetivo chinês foi demonstrar que eles poderiam atingir os Estados com mísseis intercontinentais;
4.3.5.    as instalações secretas nucleares da antiga União Soviética visitadas foram institutos de Moscou, institutos e laboratórios em Arzamas e Mayak, nos montes Urais; 
4.3.6.    já  as instalações chinesas visitadas foram: Universidade Fudan e o Instituto de Pesquisa Nuclear, em Shangai; Chengdu / Sichuan, considerado o coração do império nuclear chinês; Mianyang / Zitong, Cidade da Ciência, um complexo de laboratórios e instalações de teste similar a Los Alamos; Xian, que abriga o NINT, laboratório nuclear de diagnóstico, com mais de 1000 cientistas trabalhando em ciência do solo, radioquímica, instrumentação, microcomputação e fortalecimento nuclear; e Pequim, o núcleo administrativo do programa de armas nucleares e que abriga o Instituto de Física Aplicada e Matemática, com um supercomputador empregado no projeto de explosivos nucleares;
4.3.7.    numa segunda visita à China, Stillman e seus assessores estiveram novamente em Chengdu e Pequim; e foram ao Campo de Testes de Lop Nur, cuja extensão é sete vezes maior que seu correspondente nos EUA (o Campo de Testes Nucleares de Nevada);
4.3.8.   segundo Robert Gates, antigo Secretário de Defesa dos EUA, “a habilidade de Stillman para resolver problemas não gerenciáveis e para analisar tecnologias estrangeiras fizeram dele um recurso humano de valor extraordinário para a Comunidade de Inteligência.”
4.3.9.   Segundo Harold Agnew, antigo Chefe do Laboratório Nacional de Los Alamos — organização ainda hoje com atribuições no desenvolvimento e produção de armas atômicas — Stillman“dirigiu o Programa de Inteligência de Los Alamos por mais de uma década; o resultado de suas análises dos programas nucleares da Rússia e da China foram incrivelmente precisas.”
4.4.  Tomando-se como referência o ano de 2018, de acordo a consagrada revista The Economist, as seguintes constatações são pertinentes para a análise destas notas:
4.4.1.   As empresas tecnológicas gigantes chinesas Alibaba e Tencent, têm valor de mercado da ordem de US$ 500 bilhões, cada uma, rivalizando com a congênere americana Facebook.
4.4.2.   A China produziu recentemente o mais rápido supercomputador do mundo, o que antes era um privilégio dos Estados Unidos. 
4.4.3.   Uma investigação em curso nos Estados Unidos espera concluir que a apropriação ilegal (roubo) de propriedade intelectual pela China causou prejuízos a empresas americanas de cerca de US$ 1 trilhão.
4.4.4.   Há temores expressos pelo setor de segurança nacional dos Estados Unidos de que a China ultrapassará os americanos no campo da inteligência artificial por volta de 2015. Os chineses possuem um dos maiores aglomerados de cientistas pesquisando inteligência artificial — com cerca de 800 milhões de usuários de internet, o que representa o maior laboratório do mundo para aplicação dos conhecimentos auferidos nesse campo.
4.4.5.   Os chineses não apenas montam televisões e equipamentos eletrônicos em geral, mas dominam o núcleo das tecnologias de informação essenciais, que são a base para a infraestrutura de produção e de potencialização do poder destrutivo dos sistemas de armas avançados.
4.4.6.   Diante dessa explosão evolutiva como proceder para manter o posicionamento americano e não submergir diante da ameaça estratégica chinesa? O articulista de The Economist relembra as razões do sucesso dos Estados Unidos nos anos 1950 e 1960, quando os soviéticos lograram êxito em uma vasta produção de armas estratégicas e sistemas espaciais. Nesse sentido, os programas de governo americanos canalizaram maciçamente investimentos para as áreas de educação, ciência & tecnologia e pesquisa & desenvolvimento, abrangendo uma vasta gama de tecnologias; e agregaram enorme valor a esses processos por meio do estímulo à imigração dos melhores cérebros dos melhores cantos do planeta. O articulista arremata: sessenta anos após o lançamento do Sputnik, os Estados Unidos precisam da mesma combinação de investimentos públicos e empreendimentos privados como alicerce do projeto nacional requerido.


Tabela 3. Cientistas chineses formados no Ocidente nas décadas de 1930 a 1950.

NOME DO CIENTISTA
GRADUAÇÃO
PÓS-GRADUAÇÃO
FUNÇÃO
REALIZAÇÃO
Chen Nengkuan
Universidade de Tangshan Jiatong
Metalurgia, 1946
Universidade de Yale, 
Ph. D.
Física, 1950
Titular da cadeira de diagnóstico de armas nucleares na 
9a. Academia
Cheng Kaijia
Universidade Zhejiang
Bacharel em Ciências, 1946
Universidade de Edimburgo, Ph. D.
Física, 1948
Diretor do Instituto 21, do Campo de Testes de Armas Nucleares, da Academia de Ciências
Deng Jiaxian
Universidade Associada do Sudoeste, Física, 1935
Universidade de Purdue, Ph. D.
Física, 1950
Chefe do Departamento de projeto teórico de armas nucleares da 9a. Academia 
Peng Huanwu
Universidade de Tsinghua,
Física, 1935
Universidade de Edimburgo,
Ph. D.
Física, 1945
Projetou as primeiras bombas atômicas de fissão (urânio e plutônio) e fusão termonuclear (isótopos do hidrogênio)
Qian Sankiang
Universidade de Tsinghua,
Física, 1936
Universidade de Paris,
Ph. D.
Física, 1943
“Pai da bomba A chinesa”
Qian Xuesen
Universidade de Jiatong 
Shangai
Física, 1934
MIT, M. S. 1936;
Caltech, Ph. D. 
Física, 1939
Organizou o Laboratório de Propulsão a Jato;
Chefe da 5a. Academia, “Pai do Programa Espacial Chinês
Wang Gangchang
Universidade de Tsinghua
Física, 1929
Universidade de Berlim, Ph. D., 1934
U. C. Berkely, 1946/49
Diretor Científico CAEP
(Gerente do Programa de Armas Nucleares)
(Sra.)
Xie Xide
Universidade de Amoy (agora Xiamen)
Bacharel em Ciências, 1946
Faculdade Smith
Mestrado, 1949
MIT, Ph. D. 1951
Reitor da Universidade de Fudan (associada ao Programa Nuclear da China)
Zhao Zhongyao
Detalhes desconhecidos
Caltech
Ph. D.
Física, 1950
Desenvolveu e instalou o primeiro acelerador de partícula chinês
Zhu Guangya
Universidade Associada do Sudoeste
Física, 1945
Universidade de Michigan, Ph. D.
Física, 1950
Oficial General do Exército de Libertação do Povo
Superintendente do COSTIND (órgão de supervisão do Programa Nuclear)

Fonte: Reed & Spillman (Secretário da USAF & Diretor do Projeto Nuclear dos EUA).


5.     Países que atingiram o desenvolvimento em até 60 anos
"Candidata-se à decadência antes de atingir  o ápice o país cujas Forças Armadas não possuem o domínio do ciclo de vida de seus artefatos bélicos." 
(CCCM)
Em menos de 60 anos, pelo menos os seguintes países atingiram o desenvolvimento, com base na prioridade de Educação e C&T e na gestão político-administrativa: Finlândia (7º.), Coreia do Sul (9º.), Polônia (17º.), China (22º.) e Israel (39º.). Ao lado de cada país, está colocada posição na avaliação da Resiliência do Aluno, do PISA. 
Finlândia.A excelência em Educação na Finlândia (com o primeiro lugar nas três primeiras avaliações do PISA — 2000, 2003 e 2006) resulta de processo iniciado por volta da década de 1970, onde a valorização do professor é o componente principal, conforme cita P. Sahlberg:
“Não é de admirar, então, que os professores e o próprio ensino sejam altamente respeitados na Finlândia. Os meios de comunicação  finlandeses divulgam regularmente os resultados de pesquisas de opinião que avaliam as profissões favoritas entre os diplomados do ensino superior. Surpreendentemente, a docência é constantemente classificada como uma das profissões mais admiradas, à frente de medicina, arquitetura e direito, tipicamente consideradas profissões de sonho. [...] Ensinar é congruente com os valores fundamentais dos  finlandeses, que incluem a justiça social, o cuidar de outros, e a felicidade” (Sahlberg, 2011, p. 97)
Coreia do Sul.Como atesta, Linsu Kim, na Coreia do Sul, a revolução na Educação de uma cultura milenar, foi iniciada em 1960, pelo Presidente Park Chung Hee, que assumiu o poder com o país em situação catastrófica resultante de três fatores:
“(i) o vazio e o caos políticos e econômicos causados pela retirada japonesa em 1945;
 (ii) a divisão arbitrária do país em Coreia do Sul e Coreia do Norte em 1945; 
(iii) a destruição das fábricas e de infra-estrutura sul-coreana durante a Guerra da Coreia, de 1950 a 1953.”
Ademais, na década de 1950 a taxa de analfabetismo sul-coreana atingia 70%. 
Associada com a revolução industrial e econômica de um país cujo Produto Nacional Bruto era menor do que o do Sudão e um terço do PNB do México, o Presidente Hee estabeleceu a Educação e a C&T como prioridades e vetores estratégicos fundamentais de seu país. Ademais, para ser Ministro da Educação o candidato deve ser PhD no campo da Educação e/ou C&T, e possuidor de elevada experiência em gestão pedagógica e administrativa.
Conforme relato de M. Porter, em The Competitive Advantage of Nations(citação de Linsu Kim):
“Sendo desprovida de recursos naturais, os principais recursos da Coreia são seus recursos humanos. O grau de comprometimento da Coreia com a educação é considerado o maior entre oito países industrializados — a saber a Dinamarca, Alemanha, Itália, Japão, Suécia, Suíça, o Reino Unido e os Estados Unidos.
É relevante mencionar que o sistema educacional da Coreia do Sul é considerado exageradamente rígido e autoritário. Em contrapartida, o sistema educacional finlandês prima pelo viés contrário, com as seguintes características: a valorização do professor; a formação na escola de um ambiente de alegria, solidariedade e bem estar; a adesão voluntária dos alunos a todas as atividades; e a plena satisfação dos alunos.
Polônia. Ao longo da segunda metade do século XX, a Polônia apresentou um razoável progresso em seu sistema educacional. A partir do final da década de 1990, a Polônia deu um enorme salto evolutivo, quando Miroslav Handke, PhD, assumiu o Ministério da Educação (1997 a 2000) e empreendeu uma exemplar transformação do sistema educacional vigente. A partir da conquista da excelência em Educação, a Polônia tem apresentado expressivos êxitos nos demais campos do poder com dependência do sistema educacional.
China.As causas da classificação da China foram mencionadas em item anterior. Deve ser notado que esse país possui, na atualidade, mais de 200 milhões de habitantes no nível de pobreza (mais de um Brasil) — quase 20% da população, segundo alguns estudiosos. Esse percentual não é inteiramente compatível com a condição de desenvolvimento. Mas comparando-se o cenário de 1949 e o atual, uma parcela de analistas internacionais situam a China na condição de limiar do desenvolvimento, sendo inferência aceitável que quem pisa na fronteira está com um pé do outro lado.
Israel.Na fundação desse país no Oriente Médio em 1949, Ben Gurion asseverara que os israelenses eram poucos em um pequeno território, mas os respectivos cérebros eram privilegiados. Então, ele expediu ordem para que alguns dentre os mais talentosos jovens fossem selecionados para cursar mestrado e doutorado na Europa ou nos Estados Unidos e, em seguida, retornassem para conduzir os processos educacionais e científicos-tecnológicos. Então, em relação a Israel, convém encarar com ressalva o dado sobre resiliência e a respectiva classificação divulgada. No mundo, Israel tem o maior percentual de escritores, cientistas em geral, cientistas vencedores de prêmio Nobel, inventores e empreendedores, músicos e compositores, em relação à população. Não há compatibilidade entre os aspectos citados e um sistema educacional que não seja de excelência.

6.     Situação do Brasil
“Os Estados Unidos perderam a Guerra do Vietnã 
para a mídia, os intelectuais e os artistas. 
O Brasil ganhou a guerra contra os comunistas e
 perdeu a guerra cultural
para a mídia, os intelectuais e os artistas.” 
(CCCM)
Quanto à classificação brasileira na avaliação dos alunos pelo PISA e a consequente Avaliação da Resiliência, objeto destas anotações, há recorrência dos resultados ao longo desta década. Dentre os 35 países membros da OCDE e cerca de 40 países parceiros-chave (que inclui o Brasil, China e Índia — em 2017, o Brasil solicitou a entrada na organização), os jovens brasileiros sempre estiveram nas últimas colocações, no que diz respeito às matérias avaliadas — Leitura, Matemática e Ciências.
As causas merecem um artigo à parte. A grosso modo, a questão primacial é não atribuir prioridade à Educação e C&T, ao longo da História, em todos os governos e regimes. E o que significa priorizar Educação? Algumas ideias essenciais são:
6.1.  valorização do professor — nesse sentido:
6.1.1.a profissão deverá ser a mais importante e procurada do país, no setor público; 
6.1.2.os salários devem estar entre os melhores do setor público; 
6.1.3.afora a pós-graduação stricto sensu, os cursos e estágios de treinamento e aperfeiçoamento dos professores devem ser periódicos e obrigatórios;
6.1.4.adoção de avaliação do desempenho dos professores;
6.2.  estabelecimento do mérito como critério fundamental para o acesso a qualquer nível do processo escolar;
6.3.  instituição de processos complementares para qualquer amostra do universo que esteja em desvantagem em relação à coletividade;
6.4.  adoção tolerância zero com o cancelamento de aulas por qualquer razão, seja médica, greve, morte de familiares ou outras; claro, trata-se da formulação de processos que solucionem as situações anormais impostas pela condição humana;
6.5.  instituição de 230 a 240 dias de aula por ano, em lugar dos atuais 200 dias, que são inequivocamente insuficientes;
6.6.  adoção de, no mínimo, 6 horas de aula por dia em lugar das atuais 4 horas obrigatórias — a rigor, o aumento de horas diárias de aula não assegura a melhoria, porém, no Brasil, é necessário que as tarefas e o estudo extraclasse sejam feitos na escola e não no lar do estudante;
6.7.  medidas de gestão pedagógica e administrativa baseadas nas melhores técnicas, rotina, procedimentos e normas bem sucedidas;
6.8.  punição exemplar para gestores e executores que não cumpram as normas estabelecidas para Educação.
Enfim, um indicador inequívoco da falta de prioridade em Educação e C&T no Brasil, é a ausência do tema na pregação de todos os candidatos a Presidência da República.
À guisa de ilustração, a Educação fundamental e média dos Estados Unidos é considerada não compatível com a condição de maior potência global. Todos os últimos candidatos à Presidência, Bush, Clinton, Obama e Trump propagaram que atuariam no setor da Educação para as correções requeridas.
No item seguinte, é listada a origem do conhecimento que fundamenta estas anotações. É uma bibliografia modesta, se comparada àquela que os profissionais no nível de excelência precisam ler, consultar e/ou estudar. 
Conquanto declare pois minhas limitações para tratar do assunto, não deixo de tentar ver, observar, interpretar e inferir sobre as premissas para um país atingir o estágio de desenvolvimento. Por essa razão, assevero que o Brasil nunca adotou as prioridades políticas e estratégicas corretas para sua evolução. 

7.     Fontes
“Dê ao indivíduo a informação incorreta e assuma o risco pela resposta errada.” 
(CCCM)
7.1.      High-Tech Society, by Tom Forester, The MIT Press, 1987.
7.2.      War without Men – Robots on the Future Battlefield, by Steven M. Shaker & Alan R. Wise, Pergamon-Brassey’s, 1988.
7.3.      Gene Wars – Military Control over the New Genetic Technologies, by Charles Piller and Keith R. Yamamoto, Beech Tree Books, 1988.
7.4.      Command and Control for War and Peace, by Thomas P. Coakley, National Defense University Press, 1991.
7.5.      The First Information War, by Alan D. Campen, AFCEA International Press, 1992.
7.6.      STAR 21 Strategic Tecnologies for the Army of the Twenty-First Century, by Board on Army Science and Technology, National Academy Press, 1992
7.7.      Histoire des codes secrets – De l’Égypte des Pharaons à l’ordinateur quantique, de Simon Singh, J C Lattès, 1999.
7.8.      Sidewinder – Creative Missile Development at China Lake, by Rib Westrum, Naval Institute Press, 1999.
7.9.      Sources and Techniques of Obtaining National Defense Science and Technology Intelligence  (Guofang Keji Qingbaoyuan Ji Huoqu Jishu), by Huo Zhongwen and Wang Zongxiao,  Kexue Jishu Wenxuan Publishing Co., Beijing, 1991.
7.10.   The Changing Global Order — World Leaders Reflect, Edited by Nathan Gardels, Blackwell Publishers, 1997
7.11.   Imitation to Innovation: The Dynamics of Korea’s Technological Learning, by Linsu Kim, Harvard School Press, 1997.
7.12.   Winning the War, by John B. Alexander, 2003.
7.13.   The Cold War, by John Lewis Gaddis, Penguin Books, 2005.
7.14.   Chinese Military Modernization, Anthony H. Cordesman and Martin Kleiber, CSIS, 2007.
7.15.   Spying on the Bomb, de Jeffrey T. Richelson, W. W. Norton & Company, 2007
7.16.   Les Neurones de la Lecture, de Stanislas Dehane, Odile Jacob, 2007.
7.17.   India and China – An Advanced Technology Race and How the United States Should Respond, by Ernest H. Preeg, Book Printing, 2008
7.18.   The Post-American World, by Fareed Zakaria, W. W. Norton & Company, 2008.
7.19.   The Next American Century, by Nina Hachigian & Mona Sutphen, Simon & Schuster Paperbacks, 2008.
7.20.   The Nuclear Express, by Thomas C. Reed and Danny B. Stillman, antigos Secretário da USAF e Chefe de Inteligência do projeto nuclear americano, respectivamente; Zenith Press, 2009.
7.21.   Defend the Realm – The Authorized History of MI-5, by Christofher Andrew, Alfred A. Knopf, 2009.
7.22.   Cyber War, by Richard A. Clarke & Robert K. Knake, Harpper Collins Publishers, 2010.
7.23.   China’s Megatrends – The 8 Pillars of New Society, by Hohn & Doris Naisbitt, Harpper Collins Publishers, 2010.
7.24.   2030 Technology that Will Change the World, by Rutger van Santen, Djan Khoe e Bram Vermeer, Oxford University Press, 2010.
7.25.   The World in 2050 – Four Forces Shiping Civilization’s Northern Future, by Laurence C. Smith, 2010.
7.26.   The Physics of the Future – How Science Will Shape Human Destiny and Our Daily Lives by the Year 2100, Doubleday, 2011.
7.27.   Finnish lessons: what can the world learn from educational change in Finland?, by P. Sahlberg, New York Teachers College, 2011. 
7.28.   Love & Math: the Heart of Hidden Reality, by Edward Frenkel (Russian who wasn’t accepted in pos-graduation in his county for being jew. He bacame teacher at Harvard University, when he was 23 yesars old, before receiving the Master Degree and PhD Degree), 2014.
7.29.   The Smartest Kids in the World: and How They Got that Way, by Amanda Ripley, Simon & Schuster, 2014.
7.30.   The battle for digital supremacy, The Economist, March 17th, 2018.
7.31.   The new power superpowersSpecial Report – The Geopolitics of energy, The Economist, March 17th, 2018.
7.32.   China White Papers – Divulgados de 2005 até o presente.
7.33.   Artigos de Scholars Chineses e Ocidentais, sobre a China.
7.34.   Memórias de Visitas à Rússia e à China em 2000, em caráter de turismo, com foco na observação de aspectos de C&T, Educação e campo Militar.
7.35.   Relatório de Visita à Rússia, em missão militar, com foco em P&D e C&T para o campo Militar (incluída a visita a maior exposição de material militar na fronteira da Sibéria Ocidental).
7.36.   Relatório de Visita à China, em missão militar, com foco em acordo celebrado pelos Ministros da Defesa de Brasil e China (incluída a visita com palestra nos três principais complexos industriais-militares chineses).
7.37.   Relatórios e Memórias e de Participação em Negociações de Interesse Militar nos seguintes Países: Argentina, África do Sul, França, Estados Unidos, Rússia e China (essas duas últimas já citadas).
7.38.   Monografia de Graduação em Engenharia Elétrica “Estudo Técnico-Científico em um Sistema Fabril Militar Visando à Substituição de Energia Oriunda do Petróleo por Energia Elétrica”, de ARS, IME, 1980.
7.39.   Dissertação de Mestrado “Um Sistema Especialista baseado em Inteligência Artificial para Diagnóstico de Avaria de Carro de Combate”, de ARS, IME, 1987. 
7.40.   Monografia“Tecnologia de Ponta no Brasil – Uma Visão Prospectiva”, de ARS, ECEME/CDEM, 1989.
7.41.   Monografia“Análise Prospectiva – Uma Metodologia para o EME”, de ARS e Abelardo Prisco de Souza Junior (com a homenagem ao amigo e soldado, recentemente falecido em circunstância trágica e inexplicável), ECEME/CPEAEx, 1998.

8.     Temas e fontes a pesquisar
“O essencial não é a resposta! É a pergunta!” 
(CCCM)
8.1.  Apoio do cientista comunista francês Frédéric Joliot-Curie para o chinês Qian Sankiang — este foi orientado na França por Joliot-Curie, no curso de doutorado em pesquisa nuclear e depois voltou para seu país para chefiar o projeto nuclear que produziu a primeira bomba atômica da China. 
[Busca: memórias ou histórias do casal Joliot-Curie].
8.2.  Apoio do cientista e espião comunista Klaus Fuchs para Sankiang. Fuchs trabalhou em Los Alamos, EUA, no Projeto Manhattan, que produziu as bombas atômicas lançadas no Japão; depois passou o projeto da bomba atômica para os russos; foi julgado e condenado no Reino Unido por espionagem; saiu da prisão e foi viver na Alemanha Oriental; e passou também para o cientista Sankiang, o projeto da bomba atômica americana e detalhes do projeto da bomba de hidrogênio. Sankiang foi ajudado também pela cientista americana Joan Hilton, que foi assessora de Enrico Fermi no projeto Manhattan e depois se mudou para a China. 
[Busca: livros sobre Fuchs e Sankiang, História do MI-5 e biografia de Openheimer]
8.3.  Evolução da Educação em Hong Kong e Macau.
[Busca: artigos acadêmicos de Universidades das duas cidades].
8.4.  Impacto do socialismo de mercado sobre C&T, Educação e campo Militar, no período de Deng Xiao Ping. 
[Busca: livros escritos por D.X.P. e artigos acadêmicos com isenção de juízo crítico]
8.5.  Impacto das transformações em execução por Xi Ji Ping sobre C&T, Educação e campo Militar
 [Busca: livros escritos por X.J.P. e artigos acadêmicos id ib]
8.6.  Comparação entre a evolução de C&T e Educação nos Estados Unidos e na China, com inferência sobre a evolução brasileira. 
[Busca: mensagens para scholarsdas universidades de Columbia e Pequim]
8.7.  Comparação entre a evolução de C&T e Educação na Rússia e China, com inferência sobre a evolução brasileira. 
[Busca: mensagens para scholarsdas universidades de Moscou e Pequim]




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