domingo, 15 de abril de 2018

Berlinger, Lava Jato e Petismo

No exulcerante artigo “Populismos e democracia bloqueada” (Estadão de 15 de abril), faltam algumas informações essenciais, amparadas pela verdade, que normalmente leva ao paroxismo todos aqueles que pugnam pelos “ismos” de qualquer natureza. Senão vejamos.
O senhor Berlinger, nominado como “o último grande dirigente do comunismo histórico”, evidentemente está longe de Stalin, Mao, Pol Tot; e por uma razão singular: ele não teve a oportunidade de assassinar como seus antecessores; não porque não tivesse essa tendência (não se trata do indivíduo, da pessoa; e sim da ideia), mas porque as circunstâncias não lhe eram favoráveis. Ademais, esse dirigente — da mesma dimensão de qualquer comunista ou nazista — faz reparos à divisão da sociedade. Ora, ora! Todos os nazi-comunistas pregam o fracionamento da sociedade como metodologia para a concretização de seus objetivos. Incompreensível pois a argumentação defendida.
O artigo segue caracterizando o senhor Berlinger como “um político sofisticado ... com sua generosa estratégia de compromisso entre todos os democratas, ...”. Sofisticado sim, sem dúvida, generoso, há controvérsia. Hitler, Lenin, Beria, Stalin e Goebels se achavam generosos e podem ser considerados sofisticados, pela obra que realizaram e pelos seguidores que catalisaram. Agora admitir que um nazista ou um comunista é democrata, convenhamos, aí a surpresa é total, a distorção é insuperável, a desfaçatez é incrível. É similar à asserção de que o ar pútrido pode substituir o ar limpo para se permitir que o progresso tecnológico e as condições humanas evoluam.
Não é fácil entender a “questão moral” estatuída pelos comunistas italianos. Todo autoritário é patológico porquanto agrega silogismos e justificativas baseados em falsidades — geralmente disfarçadas, camufladas — que naturalmente encantam seus seguidores, mas levam à clivagem e à anomia do ambiente, em qualquer realidade, em qualquer tempo, em qualquer espaço geográfico. Enfim, atendo-se ao mundo real, o combate ao câncer se faz no combate às causas subjacentes nas células adoentadas e não na destruição das células saudáveis.

Mantendo-se a atenção na linha argumentativa do articulista, chega-se à conveniente condenação do populismo italiano e seu equivalente brasileiro, encarcerado no petismo, para justificar as virtudes do verdadeiro socialismo e, por extensão, do ideário de Engels, Lenin, Marcuse e outros. Já não está na hora de alguém dizer para o patrono brasileiro do senhor Gramsci que os prejuízos causados pela esquerda socializante brasileira serão recuperados, dentro de algumas décadas; e que os transtornos de seus encantados seguidores serão equacionados à medida que cada um perca sua capacidade de praticar a inverdade, a defesa da indecência e a afronta aos bons costumes? O primeiro passo já foi dado: o encarceramento dos malfeitores que agrediram os cidadãos que precisam de escola, hospital, segurança, saneamento e moradia.

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