segunda-feira, 14 de maio de 2018

Geisel e o próximo presidente

Como um velho, antigo assinante e leitor do Estadão, tenho tentado prosseguir a convivência com o melhor jornal brasileiro. Faço-o sem deixar o hábito de dar uma olhada em seus congêneres da Espanha, Reino Unido, França e Estados Unidos. Está difícil. No artigo “Geisel sem pedestal” (A8, de 13 de maio), a senhora Eliane Catanhêde, a quem sempre atribuo uma atitude exemplar de elegância pessoal, solidariza-se com uma notícia constante de documento da CIA e pesquisada por notável profissional da FGV, abordando uma suposta ordem do presidente Geisel, transmitida em 1974, em reunião com outros três generais, para que inimigos do regime vigente fossem eliminados. Cabe inicialmente indagar ao presidente da FGV: está faltando assunto e trabalho nessa egrégia fundação? Ora, a solidariedade da jornalista citada está inserida no âmbito da maior e mais extemporânea campanha da mídia brasileira contra os governos do período de 1964 a 1985. 
Seguem as indagações pertinentes. Por que um dos quatro generais participantes de uma reunião dita secreta iria transmitir seu resultado para um espião americano? Por que o suposto documento que originou as asserções duvidosas contra o presidente Geisel foi editado em computador e impressora em 1974, quando estes sequer existiam? Por que um articulista do Estadão, autor de livro com registros históricos parciais — e portanto alicerçado em falsidade (ou a meia verdade não é uma meia mentira e portanto uma falsidade produzida por quem tem indigência de caráter?) —, encheu página do Estadão com um artigo anterior no mesmo diapasão? Por que esse movimento foi orquestrado agora, quando um candidato que declara respeito e admiração pelo citado período, apresenta razoáveis possibilidades de se tornar o próximo presidente da República? Por que quase todos os dias o Estadão por ação ou omissão não noticia com veracidade os fatos sobre o pré-candidato melhor colocado em todas as pesquisas? Não seria mais conveniente que o Estadão declarasse de forma clara e digna sua oposição a um determinado pré-candidato e deixasse de fazer campanha sub-reptícia por intermédio de seus articulistas usando subterfúgio incompreensível para uma parcela de seus leitores?
Ao mérito da questão! Cidadãos de fé boa! Pensai-vos! Havia uma Guerra Fria externa. Por falta de dimensão político-estratégica, o Brasil não tinha àquela época autonomia internacional. Resolveu-se, quer dizer, foi impositivo que os cidadãos brasileiros — cada um com suas idiossincrasias e imperfeições mentais e intelectuais — se aliasse com um dos lados em disputa. Uma das partes das planuras tupiniquins resolveu levar muito a sério a guerra dos outros e provocou. Resultado: 450 x 120! Esse placarzão não é de gols, é de mortos! Inclusive em justiçamentos de irmãos. Há famílias órfãs dos dois lados.
Ficar exulcerante só porque estamos próximos da fronteira que — devido à clivagem criminosa da realidade empreendida por aqueles, cuja parcela expressiva já está encarcerada — entrou em estado de anomia e precisa de histerectomia pela mudança e transformação? Fique não! Exulcere não!
A mudança que o transistor e as mensagens dos programas computacionais — portadores e transportadores obscuros de conhecimento e de informação — impuseram se sobrepõe a qualquer revolução da História. Convenhamos, está faltando percepção dessa nova realidade. O dia a dia mudou. A juventude e a velhice mudaram, como jamais ocorrera antes. Tudo mudou porque “só a mudança é permanente”, como vaticinara o grego; porém agora com velocidade inimaginável.  
Pensai-vos! Até porque com esse apoio bumerangue de políticos, intelectuais, artistas e mídia, o pré-candidato que já recebeu ataques oriundos de todas as direções, estratégias e táticas possíveis — por força, obra e graça de seus oponentes — está recebendo no colo a Presidência da República. 
Tenho a ousadia de emitir uma recomendação: não divulguem esta mensagem. Ela contrariaria o que a grande maioria dos órgãos da imprensa e respectivos formadores de opinião estão fazendo em relação à eleição presidencial. Se divulgarem, prejudicarão o candidato que será o vencedor.

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